quarta-feira, 24 de março de 2010

resumo básico

Cansada com a mudança. Como cansa!
A casa é no campo. Sou uma camponesa agora.
Aqui o celular pega quando quer. Mudei de Claro para Tim porque aqui não pegava o celular. Dispensei minha internet por cabo porque aqui não chega o cabo. Logo, perdi o fixo que vinha com a net e aqui não tem telefone fixo. Não tem cabo. Pelo visto, cabo é o grande problema por estas bandas.
A internet 3G que eu peguei aqui é 2G. Descobri que no canto sul da sala ela funciona, mas só ali. Bem no cantinho e no alto. Nada que um cabo USB de um metro e oitenta não resolva e uma bucha com parafuso que já existia. Pode funcionar no meu quarto, mas cai toda hora. Em qualquer lugar, pega assim no tranco. Tem que esquentar antes.Depois, fica beleza. Menos pra downloads, aí fica impossível. MSN também, mas Skipe dá pra ver que eu entrei, mas falar é outra história. Meu skipe é mudo ou muito gago. Só por chat, mas demora tanto que fica mais rápido mandar um email porque , PUTA QUE ME PARIU, finalmente uma coisa que funciona normal. Menos se for com anexo pesado. Melhor ir para a cidade e abrir isso lá.
Aí eu descobri que sobre um banquinho no meio da sala o celular de Claro pega! Mas só ali. Porra, trabalho do cacete pra trocar de operadora agora a merda funciona!
Não é assim, não! Se levantar pra colocar no ouvido, perde o sinal. A solução é falar com o telefone no banquinho e a bundona pro alto, dói um pouco as costas e é meio vexatório. Foi melhor mudar de operadora porque a TIM pega ,às vezes, em todo o lugar e a Claro, muito limitado, pode foder minhas costas. Na minha idade é melhor não abusar.
Minha janela do quarto dá para um morrinho que tem vacas. Eu olho para elas e penso "picanhas". Não como comida decente e caseira faz tempo! Elas me respondem com um muuuu magoado. Penso em bosta de vaca. Penso demais em merda. Um dia desse saio por estes matos desvendando novas trilhas.
O bom daqui é que posso sair com a minha faca na cintura. É mato mesmo! Posso fazer enduro no quintal de casa e sair pelas redondezas. Só morro, mato, vaca e pedra. Ficarei com uma bunda divina.
O ruim daqui é que tem um tipo de taturana que se tocar na gente, judia. Perguntei por medicação. Se for coisa leve, babosa com água gelada. Se for sério, corre-se pro hospital. É...fiquei meio impressionada.
Luvas. Tenho luvas.
Os cachorros curtiram. Acho que Mancha morre por aqui, de tão velhinho que está. Cego, surdo, meio sem pelo aqui ou ali. Adorou a varanda. Dorme pesado e várias vezes eu tive que futucar forte pra ver se está vivo. Não sei quem leva mais susto.
Tila corre abestalhada pela grama. Está louca para sair pelo condomínio e latir para os outros cachorros. Descobruiu a brincadeira de escorregar e ainda acredita que podemos, a qualquer momento, nos mudar de novo. Se garante mantendo os olhos fixos em mim. Se eu for embora, ela vem junto!
Cacau continua uma jaca, cheia de caroços, mas ainda corre e late. Ainda parece forte mas seu tempo está findando. Não corre pela gramado mas vai ao portão pra dar suas latidinhas. Ficou amuadérrima com a mudança. Véia é foda! Cheia de mania. Aqui rejuvenesceu. Tá ótima!
O chuveiro tem banho maravilhoso. Forte, quente e com água de bica, sem cloro. Madeixas lindas e brilhantes.
Voltar pra casa é ter montanhas esverdeando os olhos e um tempo pra jogar pensamentos velhos pela janela. Como sair de um mundo e ir a outro. Nárnia,talvez.
Aqui é mais frio e mais longe. Mas é bom!

Momento Pomba Gira de frente.
Logo agora que estou tão cansada. Nem posso aproveitar.
Um moço apaixonou perdidamente. Eu, nem tchuns. Me apaixonei perdidamente por outro, tão perdidamente que me perdi dele e esqueci que tinha me apaixonado. Bosta.
Um outro era o inverso astrológico de outro anterior que foi quase um inferno astral. Fugi. Ele corre atrás com seus passos lentos. O outro virou pó. Espanei todinho mas espirrei um pouco. Passou.
Outro, manga larga marchador puro sangue, feito de algum material que não reage com o meu. Pecado é não ter afã algum por aquilo tudo. Mas ainda espero me surpreender. Mulher de fé. Rezo dez Pai Nossa e cem Ave Marias e tudo certo.
Reencontrei um. Meu carro, devagarzinho, passando por ele. Um sorrisão nasceu lá e outro sorrizão nasceu aqui. Bom ter vontade de alguém.
Memória da carne é como elefante. Indecente quando tão óbvio.
Ando predatória mas meu coração quer se aquietar. O resto é que não ouve o coração.


Dando aulas.
Achando Herodes natural e mais ainda: necessário.
Fazendo pontes entre uma ONG e outra. Querendo fazer um samba bom dentro de uma delas. Que ironia: levar o samba para dentro de uma ONG de bairro, de comunidade. Os tempos mudaram mesmo.
Emocionei com as meninas cantando um samba rasgado. Lindo mesmo. Um sorriso besta nasce na minha cara.
Crianças me beijam todos os dias. Meu coração amolece e eu me sinto uma megera dando tantos esporros.


O cd está continuando.
As mixagens continuam e Charles já pensa no projeto gráfico.
Não sei ainda se prenso ou não.
Dúvida.


Não sinto mais saudades vãs.
Só uma única é irreversível. Aquilo que vem de dentro de nós é uma eterna falta quando se ausenta. Meu sangue grita e só ouve ecos. O mundo dá voltas e eu espero a volta que o mundo dá. Só tenho receio daquilo que não controlo. Eles. Não os controlo.


A vontade de conhecer gente e lugares persiste.
Angustia, até. Mas eu sei esperar.

Continuo rezando. Todo santo dia é dia santo.

Continuo na minha batalha de sempre. Um dia é sempre um outro dia.

Agora vou ver a lua que canta e fugir das taturanas.
Amanhã comerei sentada na grama ouvindo os passarinhos.

Um comentário:

claudia lyra disse...

Ai, Tatiana... volta e meia tenho vontade de mudar pra Penedo que, apesar de ser cidade, é uma coisica de nada e parece uma rocinha... ai, ai...